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"Não acredite em nada que você ler neste blog, pesquise, experimente, repita os experimentos" Parafraseando um Conceito e incredulidade Conscienciológico








AS VEZES ME SINTO SÓ, APESAR DE RODEADO DE SERES MUITO IMPORTANTES PARA MIM. SERES QUE COM CERTEZA ESCOLHI POR ALGUMA RAZÃO PARA COMIGO CONVIVEREM. COMO ESCOLHI, NÃO LHES CABE CULPA E LHES SOBEJAM QUALIDADES QUE ÀS VEZES SUFOCAM. SOBRAM-ME AS RECORDAÇÕES PARA DRIBLAR ESSES PEQUENOS LAPSOS:



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sábado, 5 de novembro de 2011

CHURRASQUEANDO - CHURRASCO DE PESCARIA II

Já escrevi que o melhor das pescarias são os desafios que elas representam em termos de planejamento, estratégias de acampamento, conhecimento do metiê e superação de problemas não previstos. É gostoso você "enxergar" uma utilidade para uma pedra chata, um pedaço de madeira, um pedaço de rede velha, ou seja, você desenvolve sua capacidade de sobrevivência. São inúmeros casos que presenciei e que conseguimos resolver problemas ou melhorar a comodidade do acampamento, com idéias simples e criativas. Numa das muitas pescarias em que participei em Butiá, aconteceu um fato em que tivemos de improvisar muito para conseguir fazer fogo para a noite e para o assado nosso de todas as pescarias!
Chegamos na taipa da barragem em que pescávamos e logo começamos as lidas para ter um acampamento mais ou menos confortável. Um lugar para churrasqueira, um lugar para sentar perto do fogo (barranco pequeno que circundava parte da barragem), umas tábuas que colocamos em cima de pedras à guiza de mesa, bambus que outros pescadores deixaram como suporte de uma lona improvisando uma barraca e a vistoria das tralhas de pesca. Como estava escalado como cozinheiro, iria pescar perto do acampamento e ao mesmo tempo, providenciar comida para os quatro participantes. Enquanto os outros capturavam iscas (lambaris e outros peixes pequenos) fui à cata de lenha, item importante para o nosso conforto e para nos proporcionar um bom churrasco.
Fiquei nessa procura por um bom par de horas, consegui lenha boa em um nesga de mato de eucalipto que servia de abrigo para o gado.Cortadas e empilhadas, arrumei a fogueira na churrasqueira improvisada e, surpresa, não achei o isqueiro. O pessoal já voltando dos pesqueiros para um chimarrão antes da pescaria propriamente dita. Tínhamos  um certo ritual que era sair em torno de 14:00 hs para a chegar na fazenda no máximo 15:00 hs, pegar iscas para os espinhéis e colocá-los n'água até as 17:00 hs, nos reunir para comentários, chimarrão, lanche, trago ou conversa fora! Acontece que o único fumante que tinha no grupo era eu. Com o afã de arrumar tudo para que ficasse em ordem, ao recolher lenhas, devo ter deixado cair o isqueiro que nem cogitei de procurar, pois no campo, só se acha se trombar com que se perdeu! O vício foi quebrado com a minha atenção totalmente voltada para as tarefas!
Levei uma bronca pois o meu carro não tinha isqueiro. Ninguém estava na granja, a chave da porteira estava conosco. O meu cérebro começou a trabalhar a procura de uma faísca. Nenhum fundo de garrafa à vista para fazer uma lupa e com ela acender o fogo. Nenhuma pedra de fogo para bater com uma ferramenta para a fagulha incendiar a gasolina! Gasolina, isso! Rasguei um pedaço de minha camiseta de algodão improvisei uma bucha com um arame, embebi na gasolina do tanque, levantei o capô do motor, tirei um cabo de vela deixei um dos companheiros ligar o carro e aproximando o cabo de vela ao metal do motor fiz saltar uma faísca suficiente para atear fogo na bucha, dali para a fogueira e pronto. Estava salvo, não precisaria ir até a estrada principal comprar fósforos no posto de gasolina!
Fogo na fogueira, água na cambona, algumas linhas n'água, a charla de sempre era só esperar a hora certa para colocar duas lindas ripas de costela no brasedo. Para acompanhar fiz uma salada de cebola e tomate. Às 22:00 hs chamei o pessoal que já vinha com várias traíras e jundiás da primeira revista dos espinhéis e  das linhas. Como bom assador eu já tinha beliscado vários pedaços e fui revisar as minhas linhas, voltando com duas ou três bocudas. Como o pessoal tinha certo preconceito em assar jundiá, fui até um bambuzal e trouxe um pedaço de bambu que abri em x, deixando uma empunhadura. Eviscerei um jundiá, somente coloquei sal fino, coloquei por dentro do bambu e amarrei as pontas. Nem 20 minutos e nós comíamos com pão e salada. Dali em diante todos queriam jundiá na sua quota de peixes!

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