Há uma premissa bem básica entre os assadores que conhecem um pouco do "metiê": se não estás assando, abstenha-se de dar palpites. A resposta rude vem em seguida: quer assar? Também pode ser, pega as tralhas que já vi que assas melhor que eu! Foi num deslize desses que entrei em uma fria. Um limão que transformei em caipirinha (ah que saudade!)!
Casamento de uma cunhada crente com outro irmão da própria religião. Finda a cerimônia religiosa, nos dirigimos para a casa do meu sogro, pai da noiva. Como era final de semana e na Sexta-feira tinha ido ao meu sítio, depois da festa, iríamos para lá (no sítio)aproveitar o resto do mesmo naquele paraíso.
Meu sogro era construtor e tinha muito restos de madeira tiradas no final das obras. Pois bem, os dois pais dos noivos é que iam assar. Fizeram uma churrasqueira no chão, com tijolos e colocaram bastante madeira para iniciar o fogo. Depois iriam colocar carvão. Sem um trago, sentei-me com os outros cunhados e enquanto conversa, ficava "botucando" os dois velhinhos. Colocaram o fogo e esperaram baixar um pouco a labareda e colocaram o carvão por cima. Naquele instante vi que daria problema pois era muita caloria contida na churrasqueira. Ainda assim me contive. Assim que o carvão pegou o fogo, eles espetaram a carne no primeiro espeto e largaram na churrasqueira. A carne encolheu, quase retorcida. Levantei e como quem não quer nada fui até a churrasqueira e olhei, virando, aquele espeto. A carne estava preta! Retirei-a do fogo e falei com os "assadores" tem muito fogo!. Eles que não eram do ramo, aproveitaram a ocasião e largaram o pepino no meu colo: tu tem mais experiência, assa para nós e se mandaram!?!? Chamei meu sogro a parte e lhe disse que não teria problema, mas queria gelo, limão e açúcar que eu tinha uma cachaça boa no carro. Trouxe-me um copo com os ingredientes que rapidamente transformei em caipirinha. Correu boato no pátio:
são uns "perdidos". Tirei a gravata, remanguei a camisa e pacientemente espetei toda a carne primeiro. Faltou espeto, busquei no carro. Tudo espetado, experimentei com a palma da mão, não dava para aguentar. Peguei uma guia de quinze, e "remei" retirando quase todo o braseiro para o outra ponta da churrasqueira. Coloquei as costelas com o osso para baixo e sorvi minha caipirinha lentamente, juntamente com um cigarrito. Pois acho que gostaram pois enquanto cortava as carnes para serem servidas, ouvi novamente em quase sussurro:
"esses perdidos sabem assar uma carne"!
Observação: sou filhote de Metodistas com muito orgulho, se não sigo é por convicções pessoais já que encontrei muito mais respostas na Conscienciologia onde estou procurando o meu lugar.
AOS 65 ANOS, SE TU NÃO TENS MAIS SONHOS TU SÓ NÃO ESTÁS ENTERRADO, MORTO JÁ ESTÁS! AOS 65 ANOS, SE TU NÃO TENS UMA BAGAGEM GRANDE DE CONHECIMENTO, TU NÃO VIVESTE! Joel Bento Carvalho
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"Não acredite em nada que você ler neste blog, pesquise, experimente, repita os experimentos" Parafraseando um Conceito e incredulidade Conscienciológico
AS VEZES ME SINTO SÓ, APESAR DE RODEADO DE SERES MUITO IMPORTANTES PARA MIM. SERES QUE COM CERTEZA ESCOLHI POR ALGUMA RAZÃO PARA COMIGO CONVIVEREM. COMO ESCOLHI, NÃO LHES CABE CULPA E LHES SOBEJAM QUALIDADES QUE ÀS VEZES SUFOCAM. SOBRAM-ME AS RECORDAÇÕES PARA DRIBLAR ESSES PEQUENOS LAPSOS:
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domingo, 23 de outubro de 2011
sábado, 1 de outubro de 2011
CHURRASQUEANDO - CHURRASCO NA LABAREDA
Não é um churrasco fácil de fazer pois requer atenção redobrada e agilidade. Em compensação é muito rápido conforme a espessura da carne. Não gosto de fazê-lo pois sou mais assar com calma como deve ser. Vem de longe a sua feitura. Alguns historiadores que se detiveram na figura do gaúcho e seus costumes, relataram que os primeiros gaúchos eram índios mesclados com espanhóis (iguais aos mesclareros na divisa com méxico) meio changueiros (peões que trabalhavam por pouco tempo para os fazendeiros) meio bandidos quando não tinham serviço. Não poucas vezes matavam reses para aplacar a fome. Se fosse sem permissão, tinham que fazer tudo às pressas para não serem pegos. Então moqueavam a carne nas labaredas e não raro a comiam mal passada escorrendo sangue. Resulta em um churrasco em tudo igual aos assados normalmente, com mesmo gosto e textura.
Duas vezes me deparei com a necessidade de fazer dessa maneira. Uma foi numa pescaria na Lagoa dos Patos e outra foi num serviço que pegamos para fazer em um sítio em Viamão e precisávamos pegar o único ônibus da tarde para voltar à cidade.
Na pescaria deixamos um dos companheiros encarregado de juntar lenha, arrumar o acampamento iniciar o fogo e o churrasco na noite enquanto isso iríamos colocar as redes e os espinhéis. Com certeza iríamos demorar e voltar com fome e precisávamos dessa retaguarda. Fizemos e quando voltamos para o acampamento, já noite alta, com alguns peixes já pegos, qual nossa surpresa quando achamos o caseiro bêbado, dormindo e um foguinho mixuruca de taquara. Nos explicou que não achou lenha, então acumulou bastante taquara e começou a beber de estômago vazio. Após um momento para assentar as idéias, decidimos fazer na labareda mesmo pois não haveria brasas. Fincamos os espetos no chão e fomos rodeando-os com fogo das taquaras. Ao passo que necessitava, colocávamos mais e mais taquara. Não queimou e ficou, fome à parte, uma delicia, comido lasqueado com pão d'água. Ficou a lição: depois disso, quando íamos com reboque, até lenha levávamos para não ter surpresa!
No sítio quando eu e Pedrinho terminamos a tarefa, nos damos conta que faltava 40 minutos para o ônibus passar, pedi pra ele juntar vassoura vermelha seca e improvisar um fogo entre tijolos enquanto que eu cortava um pedaço de ferro de construção para servir de espeto. Após cortá-lo dobrei-o ao meio e "ariei" com areia.
espetei, salguei, e quando fui ao local que foi feito o fogo, notei que o Pedrinho tinha feito duas pilhas de quatro tijolos cada de altura. Tirei dois dos tijolos para que o espeto ficasse no meio da labareda. Não cansei de virar. Dez minutos após a fraldinha estava assada no ponto, macia e suculenta.
Pegamos o ônibus na hora certa!
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